Algumas vezes paro
para pensar no porquê de se fazer tanta coisa, de se querer tanta coisa. Queria
trabalhar em um lugar legal, estudar para aumentar conhecimento, grana e, quem
sabe, status. Com a agenda lotada, espero chegar o fim de semana para passear,
ver outras pessoas, dormir melhor, etc. Meses se passam como que mecanicamente,
tudo corre bem, atinjo meus objetivos, recebo coisas boas e me alegro com os
resultados do meu esforço, mas, afinal, qual o sentido de tudo isso?
É claro que quando os
fatos passam de forma mecânica, ou automática, é quando estou feliz. Que bom
que em geral estou feliz, pois é muito desagradável que, só porque estou triste
ou indignada, eu perceba que lacunas se abrem com o meu mau humor.
Deus poderia ter nos
dito, antes de descermos para a Terra, algo como "Meu filho, o sentido de
tu ires viver é tal". Porém, obviamente uns iriam concordar com tal
propósito escolhido por nosso criador e outros não. Como Deus é muito inteligente, decidiu manter oculto
esse detalhe, então vamos vivendo na ignorância.
Para que querer o bem
dos outros? Para que lutar por algo que possa melhorar a vida de quem se ama se
a própria pessoa não acha a tua luta importante? Como não se mover vendo a inércia?
Toda a ação tem uma reação, tudo que entra sai, tudo que vai volta, e tudo em nosso mundo é um mistério. Gostaria de
entender o que se passa com aquele que não escuta, com aquele que não vê, com
aquele que não fala. Oh, cegueira mundana, talvez pudesses me dominar também,
para que eu não sofresse com os males de minha incompreensão.
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