Combinado é combinado. Eu havia prometido ao meu sobrinho de
14 anos que nas férias de julho iríamos ao cinema. Assim que ele ficou sabendo
da estreia de Planeta dos Macacos já me notificou, então minha irmã trocou seu
turno de trabalho com uma colega e marcamos o encontro para a próxima tarde. Um
dia antes, meu esposo avisou-me: “amor, amanhã iremos ao cinema. A gente vai
ver o Planeta dos Macacos!” Que legal, pensei, ele trabalha até às 18h,
então... O que eu faço? Bem, já vi milhões de vezes o primeiro filme, o que
custa ver o segundo duas vezes no mesmo dia? Pois é, custou mais tempo que
dinheiro, afinal sou estudante e pago meio ingresso. Cheguei no shopping às 15h
e voltei para casa à meia-noite.
Devido ao fato de que meu marido adora ver e rever
determinados filmes, acabei, com a convivência, me acostumando a fazer o mesmo!
Até é bom para a minha memória, pois em geral ela é péssima e vendo mais de uma
vez consigo prestar mais atenção aos fatos que realmente importam. E isso que
dizem haver melhoras na memória de pessoas que aprendem outra língua. Essas
melhoras definitivamente ainda não se apresentaram a mim. Perderam-se pelo
caminho.
Devo dizer que esse filme, que teve o privilégio de ter dois
ingressos pagos pela mesma pessoa e no mesmo dia, merece aplausos. Era exatamente
o que eu esperava, um confronto em que foi possível saber exatamente o que
macacos pensam, mesmo que sendo uma raça mais evoluída. De fato, aqueles
macacos liderados por Caesar eram mais sensíveis e amáveis que muitos humanos
e, talvez, nem precisássemos ouvi-los falar, mas apenas visualizar suas
expressões, assim como ocorre com as expressões de um cachorro de estimação. Sabemos
exatamente o que ele precisa. Inclusive, às vezes me espanto com a capacidade
dos cachorros de entender nossa linguagem.
Falando em linguagem, achei também muito interessante a
linguagem de sinais que os macacos tinham na floresta. Pareciam humanos se
comunicando por meio de LIBRAS (isso se Brasileiros, pois em outros países é
outro nome)! E em tudo, enfim, se pareciam conosco, andando a cavalo, tendo
filhos, organizando a comunidade e pensando no futuro. Claro, a maioria de nós
não pensa no futuro, mas um macaco geneticamente modificado tem um planejamento
melhor. Caesar não queria o confronto, não queria estragar tudo o que já haviam
conquistado. Mas como um guerreiro Gaúcho, luta se necessário; como um
Brasileiro, não desiste nunca!
Por fim, o que Caesar percebeu é que somos muito parecidos –
humanos e macacos, ou humanos e animais, ou, ainda, humanos e não humanos:
guiados pelo ódio temos as mesmas atitudes, matando uns aos outros para vingar
o passado.
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