sábado, 16 de fevereiro de 2013

Aventura

    Ao passar pelas areias de Copacabana avistamos um imenso balão, estava anoitecendo, veríamos o pôr do sol de pertinho. O vento parecia estar a favor. Onde desceríamos não era importante, seria a maior aventura de nossas vidas: voar junto dos pássaros, passar dos telhados dos grandes prédios e ir além dos morros. Quando meus pensamentos estavam querendo chegar no quesito “segurança”, ele me trouxe minha bebida, que não era a água de coco, a qual eu havia pedido. Durante a longa fila de espera bebemos muitas latinhas de cerveja, rimos, fizemos alongamentos e o tempo passou. Quando eu queria ir ao banheiro ele ficava na fila e vice-versa. Uma hora, duas, três. Não desistíamos, estava chegando perto e parecia que quanto mais perto, mais demorava o andamento. Já fazíamos planos de voar também de asa-delta. Se eu vomitasse não pegaria na cabeça de ninguém mesmo! Um bêbado, mais bêbado que agente, arrumou briga na fila porque achava que deveriam distribuir água para as pessoas enquanto esperavam. Mais adiante um pastor gritava num palco improvisado, sem perceber que Deus escutaria do mesmo jeito se ele falasse normalmente. Tudo estava ótimo, mesmo quando eu perguntava a ele se aquela casinha não balançaria demais e derrubaria agente ou se o fogo não incendiaria nossa cabeça. Ele pegou minha caixinha milagrosa em seu bolso, tomei meu remédio do pânico, sem perceber que o álcool tiraria seu efeito. Uma moça pisou no meu pé e eu já não sentia meus dedos, não sentia minhas bochechas nem medo.  A expectativa aumentava a sensação de liberdade dele e minha loucura. Enfim, restavam somente cinco pessoas. Ou eram mais de cinco? Bebemos tanto que acordamos de manhã com o rosto duro de queimaduras de sol. Pois é, a bebedeira ajudou a passar o tempo. Mas não vimos o balão voar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário